Palavras, palavras e palavras.
Não quero mais soprá-las sem pensar,
pois dissipam-se, quando colocadas ao tempo.
Magoam e deixam marcas,
ferem, como se fossem farpas.
Bendito o que as vomita no auge do saber,
infeliz do que não as traga no ínfimo da ignorância.
Tão milagrosas, quando usadas para o bem,
e quão poderosas e devastadoras, para o mal.
São belas, quando sopram o amor,
e tão ordinárias, quando blasfemam o ódio.
Com que carícias saem da boca do romântico,
e com que aspereza passam pela língua do sórdido.
Deslizam suavemente nos lábios do sábio,
e giram como espinhos na fala do insensato.
Sobejam na euforia de toda felicidade,
e são escassas nas marcas da tristeza.
Muitas vezes, pecamos por nos expressar,
mas não ficamos imunes por só pensar.
Muitas delas têm o poder de tudo ou algo iniciar,
e apenas meia, devasta, como um furacão a passar.
Assim, só as direi após muito reflexionar,
mas tendo a certeza, de que as jogarei ao tempo,
espalhando coisas boas, semeando o amor e o bem,
a todos àqueles que o vento delicadamente tocar.
Claudio Losano
Nenhum comentário:
Postar um comentário